Sindicalismo, Esquerda e "direitas novas e
velhas"...
Prof. Geronimo W. MACHADO (Aposentado)_30.09.2012.
Vem de lá a origem de nosso
sindicalismo. Sempre na oposição, sempre de esquerda, sempre na luta contra os
patrões, proprietários e gestores dos meios de produção. Lutando para
sobreviver, inclusive para enterrar, dignamente, os seus filhos e operários
mortos. Pois, o tempo dos "Cristãos das Catacumbas Romanas" já havia
passado, a Idade Média "Católica" foi-lhes deixando, nitidamente à
mercê dos "domínios dos proprietários dos feudos". E as famílias pobres
e expropriadas já nem conseguiam enterrar os seus mortos nos terrenos de
cemitérios dos fundos das igrejas católicas porque não tinham condições
materiais para fazer frente às despesas dos enterros, etc. Só a sua
intersolidariedade lhes permitia alguma dignidade, de cabeça erguida e na luta
permanente.
Mas a vida continuou e isto
foi afirmando a formação das lutas, das oposições, do sindicalismo e da
esquerda, etc. É bem por isto que é impossível pensar em sindicalismo de
direita ou da nova direita, simplesmente porque não há PATRÕES e nem GRANDES
PROPRIETÁRIOS, ou gestores de Estado, de ESQUERDA - e não se confunda PT e nem
Lula com ESQUERDA -. É por isto que sindicalismo é um meio de luta inerente à
esquerda. E quando as novas direitas ou velhas chegaram ao sindicalismo foi
para rejuntá-lo ao fascismo de Mussolini, ao nazismo de Hitler, ao Franco-ismo
da Espanha, ao fascismo de Hiroito, às máfias sindicais do capitalismo
estadunidense e às ditaduras brasileiras e latinas, em geral, ou equivalentes.
É impensável imaginar o SINDICALISMO com a direita e à direita velha ou nova.
É por isto Rampinelli que
esta "soit disant" nova direita é completamente igual àquela velha
direita, anti-sindical e que só faz a política da velha ou é a nova direita. Se
a esquerda se apequena ou se encolhe a luta social e do sindicalismo também
fenece. O sindicalismo, a representação dos interesses dos trabalhadores, bem
ou mal, só pode ter existência com os sindicalistas de esquerda. O resto é
conversa mole! Quando "eles" se achegam aos sindicatos é para
destruí-los e levá-los à adesão das políticas da velha e das novas direitas. A
direita nunca fez e nem fará sindicalismo. Ela apenas apelega e destrói os
sindicatos que constituem os meios reais e verdadeiros de luta e de solidariedade
"mutuelle" dos assalariados de todo o mundo. O resto é sempre e
indiscutivelmente de direita, velha ou nova.
Um ônus que portamos é o de
que por vezes nos defrontamos com os tipos de "Andes-ADs" que
sobreviviam com as Assembléias Gerais que terminavam, sempre com os vinte
militantes deles, na medida em que os nossos não agüentam e abandonam as AGs e
eles ficavam para votar tudo o que e como queriam, ao final dela. Mas as novas
direitas que fazem dos Conselhos de Representantes as suas tábuas rasas, os
seus clubinhos de amigos, confrarias de conveniência, porque, de fato, ninguém
se interessa pela representação do CR e ai eles "comandam", com o seu
"compadrio e clubinhos de amiguinhos". O CR só dava quorum quando a
"oposição da Andes-AD" viu lá a "sua mini-AG". Pois, eles
são, sempre, batalhadores contumazes! E os "direitosos", novos e
velhos não gostam destes teatros de batalhas. Gostam mais do CR sem quorum,
como as mini-AGs dos Andes-ADsistas. Nisto, são iguais! Mas assim o resultado é
péssimo. Como é hoje, na APUFSC! Destruíram, estatutariamente, o papel político
e gestor da Diretoria, eleita em grande e renhida, por vezes, luta ideológica e
política, e que, portanto obtinha uma forte representação política e
ideológica. Mas, substituíram-na por um CR de compadrio e de amiguinhos. Sem
representação. Mataram a Diretoria, assim como mataram o CR e não ajudam a
criar um correto, verdadeiro e adequado sistema de representação que defenda os
interesses imediatos, salariais e estratégicos dos Professores, trabalhadores e
assalariados do sistema capitalista que nos oprime com as suas regras. Contra o
que temos que lutar pela nossa sobrevivência, evidentemente!